segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

O Amor!


 

Quando o amor te chamar, segui-o, embora seus caminhos sejam baldios e íngremes: e quando ele te invadir com suas asas, cedei-lhe, embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir, e quando ele te falar, acredite nele, embora sua voz possa dilacerar teus sonhos como o vento devasta o jardim. Pois, da mesma forma que o amor te coroa, assim ele te crucifica: e da mesma forma que contribui para seu crescimento, trabalha para tua poda. E da mesma forma que alcança sua altura e acaricia seus ramos mais brandos que se embalam ao sol, assim também desce até suas raízes e as sacode em seu apego a terra.

Como feixes de trigo, ele te aperta junto ao seu coração.

Ele te debulha para expor sua nudez.

Ele te peneira para libertar-te das palhas.

Ele te mói até a extrema brancura.

Ele te amassa até que te tornes maleável.

Então, ele te leva ao fogo e te transforma no pão místico do banquete da vida.

Todas essas coisas, o amor operará em te para que conheças os segredos do seu coração e, com esse conhecimento, te convertas no pão místico do banquete.

Todavia, se no teu temor, procurares somente a paz do amor e o gozo do amor, então seria melhor para te que cobrisses tua nudez e abandonasses o pátio do amor, para entrar num mundo sem estações, onde riras, mas não todos os vossos risos, e choraras, mas não todas as vossas lágrimas.

O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe senão de si próprio.

O amor não possui, nem se deixa possuir.

Pois o amor basta-se a si mesmo.

Quando um de nós amarmos, que não diga: “Você está no meu coração”, mas que diga antes: “Eu estou no seu coração.”

E não imagines que possas dirigir o curso do amor, pois o amor, se te achar digno, determinará ele próprio o seu curso.

O amor não tem outro desejo senão o de atingir a sua plenitude.

Se, contudo, amares e precisares ter desejos, sejam estes os teus desejos: de te diluirdes no amor e seres como um riacho que canta sua melodia para a noite; de conheceres a dor de sentir ternura demasiada; de ficares feridos por tua própria compreensão do amor e de sangrares de boa vontade e com alegria; de acordares na aurora com o coração alado e agradeceres por um novo dia de amor; de descansares ao meio-dia e meditares sobre o êxtase do amor; de voltares para casa à noite com gratidão; e de adormeceres com uma prece no coração para a amada, e nos lábios uma canção de amor.

 

 Do Livro O Profeta - Kalill Gibran

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

A Flor e a Abelha


 “Vamos aos nossos campos, pomares ou jardins, e lá aprenderemos que o prazer da abelha é sugar o mel da flor, mas que o prazer da flor é entregar o mel a abelha. Pois, para a abelha, uma flor é uma fonte de vida. E para a flor, uma abelha é uma mensageira de amor. E para ambas, a abelha e a flor, dar e receber o prazer é uma necessidade e um êxtase.”

Khalil Gibran

Para Meditar


 

"Toma consciência dos teus pensamentos; pois resultam em palavras.
Toma consciência das tuas palavras; pois resultam em ações.
Toma consciência das tuas ações; pois resultam em hábitos.
Toma consciência dos teus hábitos; pois resultam em caráter.
Toma consciência do teu caráter; pois resultará no teu destino."
 

Lao Tzu

Os ninguéns


 

Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são, embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões praticam superstições.
Que não fazem arte fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura tem folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome tem número.
Que não aparecem na história universal aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
 

Eduardo Galeano

Amar você!


 

Amar você é algo que não consigo explicar
É coma a magia das ondas no mar.
Amar você é gostar, é querer, é sofrer.
É amar porque é o sentimento mais lindo que um ser possa ter.
É querer porque lutamos para obter o que queremos.
É sofrer porque o sofrimento dignifica o nosso sentimento, o sofrimento enobrece com o sofrimento o ser humano cresce.
Amar você... É desejar estar sempre ao seu lado.
Estar sem você... É como uma noite fria e sombria, trazendo a angústia ao meu coração. E quando você aparece é como a luz do sol a despontar no iniciar do dia, acabando com a escuridão sombria da noite e aquecendo o coração frio!  
 

Francisco Silva Sousa

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Coração em pedaços


Coração em pedaços,
Tristezas na alma.
Sonhos guardados sem
Eu querer.
Felicidade acalentada
Por ter deixado ela passar.
Olhar fixo no vazio.
Sem vontade de sorrir.
Pois os pensamentos se voltam
Para a angustia, de
Não ter seguido o caminho
Para assim te encontrar.

Rosângela Santos.